Ceará tem duas escolas premiadas no Desafio Criativos da Escola

4 de dezembro de 2018 - 12:39 # # #

 

Duas escolas da rede estadual cearense foram premiadas na 4ª edição do Desafio Criativos da Escola, por terem desenvolvido projetos inovadores e protagonizados por jovens. A ação foi promovida pelo Instituto Alana e condecorou, ao todo, 11 trabalhos de todo o Brasil, de 1.654 inscritos. As unidades de ensino cearenses que obtiveram destaque foram as Escolas Professor José Augusto Torres, de Senador Pompeu, e Júlia Alenquer Fontenele, de Pindoretama. A cerimônia de premiação ocorreu nesta terça-feira (04), na capital cearense.

 

Para fortalecer economia em Pindoretama, estudantes criaram banco comunitário e moeda social. O município, localizado no litoral oeste cearense, tem população de pouco mais de 20 mil habitantes. Embora seja parte da região metropolitana de Fortaleza, a cidade não tem nenhuma empresa de grande porte e o único banco da localidade não oferece serviços básicos, como saque de dinheiro. Intrigados com a situação, cinco alunos da Escola de Ensino Médio (EEM) Júlia Alenquer Fontenele questionaram: “O que fazer para contribuir com a economia local?” E, assim, nascia o projeto “Banco Comunitário de Pindoretama” ou “Pindo”.

 

Inspirados pelo Banco Palmas – a primeira experiência de banco comunitário do país e referência na área – que existe no Ceará desde 1998, os jovens pesquisaram como a constituição história e a interação social contribuíram para o empreendimento econômico solidário da comunidade vizinha de Caponga da Bernarda. Depois de realizar pesquisa sobre o tema, os estudantes descobriram que a intenção da moeda social não é substituir o Real, mas usar essa moeda paralela para estimular que o dinheiro circule na região e fortalecer a economia local.

 

De posse dessas informações, os alunos implementaram, em caráter experimental,  a moeda social “Pindo” dentro escola. Apesar de o banco ainda estar em fase de implantação, os alunos já aprenderam sobre os desafios de se conseguir parcerias para criar uma ação que já nasce com o propósito de impactar a comunidade.

 

 

Plataforma virtual

 

Em Senador Pompeu, alunas da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Professor José Augusto Torres criaram o Centro de Pesquisa e um aplicativo para combater a violência contra as mulheres. Os constantes relatos de casos de agressões domésticas informados por mulheres do município vinham incomodando as jovens, que idealizaram uma forma de promover o diálogo sobre igualdade de direitos, por meio do projeto “Centro de Pesquisa Continuada pela Igualdade de Gênero Nísia Floresta”.

 

 

Para definir a forma de atuação do grupo – o primeiro centro de estudos e pesquisas a questionar a situação feminina na escola e na região – as participantes decidiram se apropriar do tema a partir de leituras e consumo de filmes sobre a história do sufrágio feminino, além de mergulharem em pesquisas sobre casos de violência contra a mulher no estado do Ceará. Depois, aplicaram uma pesquisa na própria escola para mapear a realidade da violência de gênero sofrida pelas colegas. Para ajudar, passaram a divulgar o “Violentômetro”, uma ferramenta inovadora que auxilia mulheres a identificarem ações e comportamentos típicos de parceiros abusivos.

 

Os resultados dessa pesquisa foram apresentados durante a semana escolar “Maria da Penha”, e apontavam que havia adolescentes vítimas de violência. Para apoiá-las, o grupo promoveu debates, inclusive em outros colégios, e trabalhou temas relacionados ao feminismo. Após essas rodadas, o próximo passo será escrever um livro que reúna histórias e depoimentos compartilhados nas conversas, que contam com a participação de figuras de destaque na comunidade.

 

Premiação

 

Além de receberem prêmios em dinheiro, as equipes enviarão três estudantes e um educador ou educadora de cada uma das 11 iniciativas para uma vivência em Fortaleza (CE), onde poderão trocar experiências e fortalecer seus projetos.

 

Entre os critérios de análise e seleção dos projetos pelo júri estão: o potencial de transformação social das ações realizadas e o quanto a iniciativa contribuiu para o desenvolvimento da empatia, colaboração, criatividade e protagonismo dos estudantes.

 

 

*Com informações da Assessoria de Comunicação do Instituto Alana.

 

Créditos das imagens: Marina Cavalcante

 

 

 

04.12.2018

Assessoria de Comunicação da Seduc