Seminário estratégico discute caminhos para a educação cearense em 2021

19 de novembro de 2020 - 22:16

A Secretaria da Educação (Seduc) realizou, nesta quarta e quinta-feira (18 e 19), o Seminário Estratégico de Planejamento do Ano Letivo 2021, sob o tema “Mapeando Desafios e Pensando Oportunidades”. O evento ocorreu de maneira virtual e envolveu representantes de todas as Regionais do estado, com o objetivo de promover o alinhamento institucional e propiciar, por meio do debate, a identificação de estratégias estruturantes tendo em vista o próximo ano letivo. A realização contou com o apoio do Programa Cientista Chefe, da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), em parceria com o Instituto Unibanco.

O Seminário contou com as participações da secretária Eliana Estrela e dos ex-secretários da Educação Idilvan Alencar, Maurício Holanda e Izolda Cela, hoje vice-governadora do Ceará. Além destes, também foram palestrantes o professor Jorge Lira, cientista-chefe da Seduc, e Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, entre outros convidados.

Trajetórias e conquistas da Educação cearense, avanços em rede, marcos de gestão, avaliação e formação, competências socioemocionais, currículo e tendências foram os principais motes de reflexão para os participantes. A integração entre os atores e o desenvolvimento de habilidades de forma coletiva são pontos considerados fundamentais para a tomada de decisão coerente e o sucesso do processo de ensino e aprendizagem.

Fortalecimento

Eliana lembra que o planejamento para 2021 necessita ser elaborado de forma realista e considerar os desdobramentos ocasionados pela pandemia desde março de 2020. “Sabemos que este ano está sendo atípico. Temos que fazer com que os estudantes não desistam e consigam acompanhar as atividades também de forma remota, levando em conta ainda as peculiaridades de cada Regional. Este seminário vem para fortalecer cada vez mais o nosso trabalho. Precisamos encontrar caminhos. Vamos continuar investindo, acreditando e dando credibilidade à escola pública e aos nossos profissionais”, aponta.

Izolda Cela cita a importância do clima escolar favorável para que os objetivos do grupo sejam alcançados. “Nossa equipe têm que estar empenhada em fazer da escola um local acolhedor, com projetos para os jovens. Não há outro jeito de fazer as coisas funcionarem, que não seja pelo engajamento das pessoas. Precisamos de lideranças ativas para colocar a energia dos jovens a favor dos seus projetos de vida e de aprendizagem. Uma das nossas grandes conquistas é poder ver a continuidade e a sustentabilidade e a expansão das políticas, com resultados”, ressalta.

Objetivo comum

Idilvan Alencar classifica a consonância e a harmonia da equipe como ponto de partida para a construção de estratégias bem-sucedidas. “Este seminário é muito bem-vindo. É momento de parar para pensar no futuro. O passado de avanços serve muito para o relato da história, mas, as pessoas esperam crescimento daqui para frente. Vivenciamos um cenário mundial de incertezas e temos que planejar o próximo ano letivo contando com esta realidade. A superação dos desafios em 2021 terá a mesma marca das superações alcançadas em anos anteriores: a união da equipe”, argumenta.

Maurício Holanda defende que o protagonismo estudantil é uma das frentes que têm mais potencial para promover resultados. “O protagonismo dos alunos pode ajudar na superação da situação em que nos encontramos, assim como a aprendizagem cooperativa. Eles têm muito a aprender uns com os outros e isso pode ser validado e reconhecido pela escola. Temos que utilizar a energia dos jovens de forma produtiva, vigorosa e positiva no processo educacional. Quando voltarmos a uma rotina em que a hora e o lugar de estar seja a escola, não faremos igual a antes. E as mudanças não serão apenas em relação ao conteúdo trabalhado, mas, principalmente, às atitudes de cooperação e de responsabilidade do aluno, que irão dar sentido aos conteúdos.

O professor Jorge Lira enfatiza a importância da formação de professores para a progressão dos resultados dos estudantes, além do desenvolvimento de estratégias que permitem o diagnóstico da rede.

“Partimos de evidências e chegamos a evidências. As formações são laboratórios de inovações pedagógicas, curriculares e avaliativas. A partir dos resultados do Ideb e do Saeb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), vemos que em matemática, por exemplo, nossos alunos começam a ter habilidades mais consolidadas em conhecimentos estruturais. Nossa preocupação é resgatar os conhecimentos básicos, mas também olhar para as competências complexas. Partindo da análise estatística, já conseguimos identificar os gargalos de progressão de aprendizagem, com uma interpretação pedagógica e curricular. Aí é que vamos focalizar os esforços. Com esse diagnóstico, podemos fazer o planejamento para o próximo ano”, explica.

Novo padrão

Ricardo Henriques sinaliza que a tendência para o futuro da educação está em aproveitar o potencial que as novas tecnologias oferecem para dinamizar o processo de ensino e aprendizagem, favorecendo não só o estudante, como também, o trabalho do professor.

“A ideia de se aprender em todos os espaços mobiliza professores e estudantes para um novo padrão de ensino e aprendizagem, mais flexível, trabalhando rotinas de pensamento, em que o estudante possa tornar seu pensamento e sua autonomia reflexiva mais ativa. Caminhamos para o ensino mais personalizado, em que se reconhece as desigualdades de cada sala de aula. É importante que os professores sejam capazes de identificar as dificuldades e vulnerabilidades específicas de cada estudante e modulem suas aulas a serviço de uma agenda de equidade, em que todos aprendam”, considera.