Rede estadual classifica 12 projetos para fase final da Febrace

21 de março de 2024 - 14:52

Ascom Seduc - Texto
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A rede pública estadual de ensino cearense teve 12 projetos, oriundos de 10 escolas, classificados para a fase final da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que ocorre presencialmente entre os dias 18 e 22 deste mês, na Universidade de São Paulo (USP), situada na capital paulista. Promovida anualmente pela Escola Politécnica da USP e realizada pela Associação do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico, a Febrace reúne anualmente estudantes de todo o Brasil numa grande mostra de projetos científicos e tecnológicos, que neste ano conta com 226 trabalhos em exposição.

Os finalistas serão avaliados e, em seguida, identificados os primeiros, segundos, terceiros e quartos lugares em cada categoria – estes contemplados com troféus, medalhas e certificados, na cerimônia de premiação prevista para o dia 22 de março de 2024.

Na categoria de Engenharia, o Ceará foi representado pelo projeto “Embarcação robótica de reconhecimento e localização de vítimas de afogamento”, realizado por alunos do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros Escritora Rachel de Queiroz, em Fortaleza. A iniciativa consiste num protótipo de Veículo Operado Remotamente (ROV) de baixo custo, com a finalidade de aprimorar as operações de busca e recuperação subaquática. O estudante Otávio Augusto Abreu, de 16 anos, é aluno da 3ª série na instituição e explica como a ideia se criou.

Estudantes Otávio Augusto Abreu, Giovana Mayra de Sousa, Maria Isabelle Rocha, o professor orientador Emerson Thadeu da Silva e o co-orientador Arthur Silvino

“O clube de Robótica do CMCB tem a iniciativa de todos os anos selecionar alguns alunos para um ‘brainstorming’, para que sejam discutidos problemas da sociedade. Devido representarmos o Corpo de Bombeiros, e aos diversos casos de afogamentos no ano de 2022, em março de 2023 começamos as pesquisas para o desenvolvimento do projeto. A Embarcação Robótica tem o objetivo de auxiliar o salvamento aquático realizado por bombeiros, amenizando o risco de vida dos profissionais que se arriscam no serviço”, diz o jovem.

Na categoria de Ciências Sociais, o projeto “Estudo fitoquímico e toxicológico da chaya (cnidoscolus aconitifolius), habilitando o seu potencial nutricional, no combate à insegurança alimentar”, feito por alunos da Escola de Ensino Médio (EEM) Governador Adauto Bezerra, de Juazeiro do Norte, também foi finalista. A ação busca trazer informações sobre a planta, que é de fácil cultivo e oferece várias possibilidades de consumo, contribuindo para o combate à desnutrição.

Gustavo dos Santos, de 16 anos, cursa a 2ª série na unidade de ensino e representou a equipe na mostra nacional. O estudante mostra-se engajado na busca pela construção do conhecimento.

Gustavo e a professora orientadora Luiza Brito

“Na 1ª série, em 2023, iniciei uma eletiva de produção científica e fiquei encantado pela pesquisa. No decorrer do ano, surgiu uma vaga nesse projeto, que já estava em andamento. Eu participei da seleção e fui aprovado. Fizemos os experimentos fitoquímicos a fim de mostrar que a chaya não possui toxicidade aguda nem crônica. Assim, fiquei muito motivado a divulgar o alto potencial nutricional desta PANC (Planta Alimentícia não Convencional), conhecida como Chaya, que ainda é desconhecida, com o objetivo de combater a insegurança alimentar e nutricional. A pesquisa está me trazendo muitas oportunidades e realizando mudanças positivas em minha vida”, revela Gustavo.

Outro trabalho cearense finalista na Febrace foi “Revestimento comestível à base de mandacaru e carnaúba: uma nova alternativa como conservante de frutos”, elaborado na EEM Luiz Girão, em Maranguape, pela estudante Gabrielle de Oliveira, de 19 anos. A jovem, que concluiu a educação básica em 2023 e agora cursa Engenharia de Alimentos na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ressalta a importância do contato com a iniciação científica ainda na escola, e comemora a participação na maior mostra brasileira.

Gabrielle e o professor orientador Carlos Eduardo Oyama

“Trata-se de um revestimento comestível natural, que faz com que os frutos permaneçam por mais tempo em prateleira sem se deteriorar. Isso pode gerar riqueza na região onde são desenvolvidos, impactando as famílias que vivem da agricultura familiar. Na Febrace, podemos dar visibilidade aos projetos de qualidade da rede estadual do Ceará, além de compartilhar saberes com jovens de outros estados”, considera. O projeto concorre na categoria de Ciências Agrárias.

Sobre a Febrace

A Febrace – Feira Brasileira de Ciências e Engenharia é um programa de talentos em ciências e engenharia que estimula a cultura científica, o saber investigativo, a inovação e o empreendedorismo em jovens e educadores da educação básica e técnica do Brasil, despertando novas vocações em ciências e induzindo práticas pedagógicas inovadoras nas escolas.

Todos os anos, a Febrace mobiliza sua rede nacional de feiras afiliadas e seleciona finalistas para competições e feiras internacionais. Além disso, promove diversas oportunidades para estudantes e professores em temáticas relacionadas a STEAM – Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática.

Na primeira etapa de seleção, centenas de professores universitários e pesquisadores de diferentes Universidades e Centros de Pesquisa do Brasil avaliaram os inscritos e selecionaram cerca de 500 projetos semifinalistas para participarem da apresentação e avaliação ao vivo via plataforma Zoom. A partir dessa avaliação, foram indicados os finalistas, tendo como critérios os fatores de criatividade e inovação; conhecimento científico do problema; forma de levantamento de dados e condução do projeto; profundidade da pesquisa, clareza na apresentação da documentação do projeto e na apresentação oral.

Projetos da rede estadual cearense finalistas na Febrace

A BELEZA VENDIDA NAS PRATELEIRAS: UM OLHAR DE REPRESENTATIVIDADE PARA MENINAS POR MEIO DE BONECAS DE PANO
EEMTI São Francisco da Cruz (Cruz)

ARBORIZAÇÃO ALIENÍGENA EM FORTALEZA: CHECKLIST DAS ESPÉCIES EM PRAÇAS URBANAS E (IM)PERCEPÇÃO BOTÂNICA
EEFM Doutor Gentil Barreira (Fortaleza)

CBET: REVESTIMENTO BIOTECNOLÓGICO PARA SEMENTES A PARTIR DO APROVEITAMENTO DO COPRODUTO DE BETERRABA
EEMTI Marconi Coelho Reis (Cascavel)

CANNABIS: SEMEANDO O CONHECIMENTO E PODANDO O TABU
EEEP Presidente Roosevelt (Fortaleza)

EMBARCAÇÃO ROBÓTICA DE RECONHECIMENTO E LOCALIZAÇÃO DE VÍTIMAS DE AFOGAMENTO
Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (Fortaleza)

ESTUDO FITOQUÍMICO E TOXICOLÓGICO DA CHAYA (CNIDOSCOLUS ACONITIFOLIUS): HABILITANDO O SEU POTENCIAL NUTRICIONAL, NO COMBATE A INSEGURANÇA ALIMENTAR ETAPA III
EEM Governador Adauto Bezerra (Juazeiro do Norte)

ENERGIA ENCANADA: ENERGIA RENOVÁVEL A PARTIR DE ÁGUA ENCANADA PARA UM FUTURO SUSTENTÁVEL
EEEP Venceslau Vieira Batista (Boa Viagem)

FITCLEAN: MEMBRANA BIOSSINTÉTICA PARA TRATAMENTO DE ÁGUA
EEMTI Marconi Coelho Reis (Cascavel)

MAPEAMENTO ESTATÍSTICO REFERENTE AO CONSUMO EXAGERADO DE SAIS DE SÓDIO (NA+) E POTÁSSIO (K+) E A LIGAÇÃO ENTRE A HIPERTENSÃO NO BAIRRO SANTA TEREZINHA DA CIDADE DE PEDRA BRANCA/CE: UMA ABORDAGEM MATEMÁTICA, EPIDEMIOLÓGICA E NUTRICIONAL – PROJETO CHAP
EEEP Antônio Rodrigues de Oliveira (Pedra Branca)

O USO DE CÉLULAS SOLARES DE SILÍCIO MONOCRISTALINO AMORFO EM AUTOMÓVEIS ELÉTRICOS
EEFM José Bezerra de Menezes (Juazeiro do Norte)

RCMC – REVESTIMENTO COMESTÍVEL À BASE DE MANDACARU E CARNAÚBA: UMA NOVA ALTERNATIVA COMO CONSERVANTE DE FRUTOS
EEM Luiz Girão (Maranguape)

SISTEMA AUTÔNOMO PARA TRATAMENTO DE ÁGUA RESIDUAL CONTAMINADA: UMA ALTERNATIVA TECNOLÓGICA, CORRETA E LIMPA PARA AS REGIÕES EQUATORIAIS E ÁRIDAS NORDESTINAS – PROJETO PRAEC
EEEP Antônio Rodrigues de Oliveira (Pedra Branca)